sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cosi Cosi

e toco tua cintura
e me anelo de ti
e sinto teu ventre
prometendo-me amor
o teu sob o meu
e eivados de ardor
dois corpos
em uma suave mentira molhada
confessa-te apaixonada
e repete-te e repete-te 
numa danação transtornada
dois olhos negros
dentro dos meus
meus olhos rijos 
comendo os teus
de poros abertos
gemidos ao teto
gritas e explodes em estrondosos
'afes!'
confessa-te apaixonada
bebendo de minha boca
comendo de meus lábios
dando-me os teus quadris
em dantesca revolta
e já sou apenas espasmos do pior dos canibais
quero a tua carne
o gosto de tua carne
e devoro-te e devoro-te
pra dali mais a pouco
meses a fio
zun-zun-zun de prazer
amor é isso mesmo:
dois corpos juntos
colados
escravos
se destruindo 
uma vódka alucinógena,
es tu,
meses a fio
zun-zun-zun de prazer
tu es o meu vício em mim
meu pior hábito
limbo do meu inferno
teu sexo em brasa
tuas pernas
senhoras de minha cama
te gozas de mim
e assim e assim
quer ir e não vai
cosi cosi
de manhã
de dia 
meio dia
e de noite
e me dizes que amor é assim
sem platonismos
e reclamas de mim
que eu ando distante
sem tempo pra ti
limbo do inferno
meu pior hábito
tu es o meu vício em mim
meses a fio
zun-zun-zun de prazer
e repete-te e repete-te
com teu corpo sob o meu
confessa-te apaixonada
hoje eu sou teu
mas, amanhã?
sei de ti. 
sei de mim.
juras de amor na cama
são folhas secas já caídas no nascer da manhã

H. L. Couto