quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

há sol

na praça
da capelinha
passa a menina
na pracinha
da capela
baila a bailarina
disfarça morena bela
ontem
minha

H. L. C.

da série 'natureza viva'

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

num piscar

de teu jardim
acenas para mim
e um sorriso brota
de teus olhinhos negrinhos
o sol
e a rua
estão a festejar
o teu perfume no ar
a calçada alegre
o tempo a demorar
as sílabas surgem
desaparecem
num piscar
meus olhos roubados
rendidos
na flor de um teu pensamento
querem morar
olhinhos negrinhos
frutos ainda no pomar
calor de verão
tardinha quente
moça maçã
vamos pecar

H. L. C.

da série 'natureza viva'

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

em forma de estrela

o cais atrás
à frente o horizonte
todas as teias
todas as teses
o mesmo pedaço de átomo
indo de um a outro continente
dizem que aí vem um asteroide
mas que não é preciso pânico
nem melancolia
talvez afasia
de repente nos sentaremos à porta de casa
tu
eu
e quem mais
lembraremos de quando vimos um disco voador
bem disso já não me lembro
nem me lembro do primeiro autor
do primeiro amor
que tipo de amores
veem discos voadores
amores-pedaços-de-átomo

da série 'natureza viva'

H. L. C.

domingo, 26 de novembro de 2017

cafezinho

a moça
de olhos aristocráticos
apaixona-se
em 1/4
de hora
e sem burburinhos
agora
torna-se alegre
a amar


H. L. C.

da série 'a bailarina'



sábado, 25 de novembro de 2017

bird

a poetisa
palavras incompreensíveis
amáveis
rir-se brava
cantarola
pede uma bebida
reclama de suas olheiras habituais
olheiras meigas
tem a poetisa
pega um guardanapo
desenha uma face
depois um lindo cachorrinho
escreve alguns versos
incompreensíveis
tenta convencer-me de coisas
mostra-me livros
dá-me comida
pois tinha fome
amanhece

da série 'bilhete a loulé'

H. L. C.

domingo, 19 de novembro de 2017

qualquer-coisa-sobre-qualquer-coisa

amanhece
uma suave xícara de chá
a terra molhada
o jazz cedendo ao blues
o rosto da manhã é alegre e tímido
é qualquer coisa de primavera
já em dias de despedida
em breve o verão chegará
e os orgasmos se multiplicarão no hemisfério sul

da série 'bilhete a loulé'

H. L. C.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

je vous salue

sorriso tímido
mas atrevido
desses que inspiram
um poema sem pontuação
sorriso-garota-delicada
meio sensual-estabanada
sorriso-sementinha-de-paixão
sorriso-oi
sorriso-conversa-boa-divertida
sorriso-beijo
sorriso-caminho-desconhecido-ainda-a-trilhar

H. L. C.

da série 'bilhete a loulé'

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

certainement

escrevo-te
duas ou três tonterias
como a te parabenizar
pelas pernas leves
pelas belas manias
pelas passadas gentis
pelo rosto tímido
e ainda esperançosamente belo

H. L. C.

da série 'poesia em degrau'



sábado, 21 de outubro de 2017

vetusta

aonde vais,
vetusto lampejo?
como te chamas?
como se diz?
nos encontramos nas esquinas?
sempre nos finais das tardes?
quem sabe no meio da manhã?
no calor feliz do verão?
tens cigarros?
tens uma canção de Bill Evans?
uma estória bonita?
aonde vais,
dúvida vetusta?
coleção pequenina de escaramujos.
piadas de fadas.
para aonde vais,
quando me vens assim,
do nada?

H. L. C.

da série 'poesia ao contrário'



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

vou-me a loulé

sem demora
agora
garoa
a hora
carambola
já me vou embora
gira roda
anda pé
vide
vida
vou-me a Loulé
tomar café
reencontrar aquela mulher
viver com um pouco de ginga
escrever uns versos só meus
render-me aos carinhos seus

H. L. C.

da série 'bilhente a loulé'



quarta-feira, 18 de outubro de 2017

pegadas

o riso
vivo
do acaso
a redesenhar
a esquina
de uma tarde chuvosa
pensamentos mofados
hoje a beijar o vento

H. L. C.

da série 'poesia ao contrário'




domingo, 16 de julho de 2017

rascunho de inverno

doce docinho
lindo caminho
tarde boa
tua voz de garotinha
tímida e animada
com o coração a garoar

H. L. C.

da série 'a bailarina'

sábado, 15 de julho de 2017

vírgula

o cheiro da moça
grudou na roupa
ganhou a pele
deixou
vontade louca
de chamar
o nome da moça
"moça-mar"

H. L. C.

da serie 'poesia em degrau'

segunda-feira, 10 de julho de 2017

C'est curieux, paradoxal même : durant la plupart...

eu a quis no primeiro sorriso
e se ela voava
eu tinha que voar também
foi assim que me senti

H. L. C.

da série 'carbono 14'

sábado, 8 de julho de 2017

acordes para sax alto

um brinde às tuas pernas longas
que te levam
e que te trazem
saúde às tuas pernas longas
universo infinito
despidas
cheirando a whisky e blues

H. L. C.

da série 'uma bailarina'

sexta-feira, 7 de julho de 2017

palomita

menina
do rosto feito de alegres consoantes
ladra imperdoável

H. L. C.

da série 'poesia em degrau'

carta minha, d'outro dia, a Samuel Beckett:





amável gauche irlandês.
ça va bien?
hoje, escrevo-te por uma queixa a fazer-te:
há 11 anos
"ela sapateia rápido!"...
...em minha cabeça.
fiz e refiz montanhas,
desnudei todos os "pontinhos mortos",
de um certo órgão humano cantado.
e o verso,
facínora,
não me liberta o pensamento.
até Godot tornou-se meu vizinho,
faz-me piadas,
oferece-me guloseimas.
mas, os dias tem sido felizes.
Oh, dias felizes! acho.
gauche, querido,
primeiro mestre,
a quem tanto busquei imitar
e fracassei...
... dia desses,
farei como o Thomas,
te levarei a beber um café
e vamos conversar 
sem palavras.


au revoir, monsieur!

H. L. C.
da série 'cartas ao poetas amigos'


quinta-feira, 6 de julho de 2017

letramento

pedacinho doce
céu
em tempos de terra confusa
cantinho quente
nestes dias dementes
de gente ao léu

H. L. C.

da série 'poesia esquisita'

segunda-feira, 3 de julho de 2017

amour couché ou a dançarina do fogo

o encontro
o contorno
corpos dóceis
a docilidade dos corpos em baile
os corpos riscados da dança
já não éramos mais edward hopper
agora éramos amadeo modigliani

H. L. C.

da série 'a bailarina'

sexta-feira, 23 de junho de 2017

crème de la crème

corra, brejeira,
que o tempo não espera.
vai de bicicleta,
de mãos livres,
e não se esqueça da aquarela.
tire a mini saia preta do armário
e combine-a com a camiseta liz taylor violeta.
olha a rua, brejeira,
a passarela,
a luz amarela,
não tenha pudores com as pernas belas,
vai de batom vermelho no rosto pálido
e de cabelos levemente desgrenhados,
cante um fado.
seja sempre minoica,
vista-se de si mesma,
com a leveza de uma criança,
mas, se preciso for,
por favor,
pegue em metralhadoras!

H. L. C.

da série 'poesia em degrau'

quarta-feira, 21 de junho de 2017

8º andar

vindo do catete
rua barata ribeiro
de frente ao prédio
de esquina com a avenida atlântica
apartamento dela
oitavo andar
luz negra
sala-de-estar
seu violino
conversas
risos
lembro-me de um dia assim
e escrevo essas coisas
diante do prédio de esquina
com a avenida atlântica
e do oitavo andar
despencam traços distantes
ecos de um tempo
recomeço a caminhar
sigo na direção da rua duvivier
três bairros depois
e ainda estou lá
naquele oitavo andar

H. L. C.

da série 'carbono 14'



segunda-feira, 19 de junho de 2017

o sorriso

o corpo da bailarina
é montanha/
vales/
colinas/
e planícies/
mas/
toda sua vida e sonhos
cabem
nas suas sapatilhas[

H. L. C.

da série 'a bailarina'

sábado, 17 de junho de 2017

uma bailarina dança Brahms

moça estrela
enquanto danças
desenho-te em perfil
metida em teu maiô vermelho
tão aramaica
tão cerâmica
tão serás
tão estricnina
carolina

da série 'a bailarina'

H. L. C.




terça-feira, 23 de maio de 2017

espanto

olhinhos fitos
olhinhos figo
olhinhos fico
olhando-te
surge lá ao longe
na esquina
tão menina
vindo a passear
olhinhos cantam
olhinhos encantam
e eu roubo
e eu roubo
e como quero mais roubar-te
olhinhos
cheiro
de ninho

H. L. C.

da série 'a bailarina"

quinta-feira, 11 de maio de 2017

mysteriously

cinzeiros
cigarros
noir
amanhece
noir
passagens
teses
bogalhos
baralhos
trabalho
cinzeiros
cigarros
café
chá
noite
noir
amanhece noir
livros a esperar
o amor a esperar
o caminho
o escaninho
a vida antes tarde do que muda
janelas grandes
livros a esperar
trabalho
cinzeiros
cigarros
amanhece
o amor a esperar
a bailarina dança
sapateia
quando já é noite
e quando amanhece
tenho uma infinidade de caligrafias
cinzas
cinzeiros
cigarros
nas manhãs chuvosas
ela desfila com o seu vestido molhado
os livros a esperar
o trabalho a esperar
o apito
a bailarina dança
sapateia
cervejas de trigo
o amor a esperar

H. L. C.

da série 'a bailarina'

segunda-feira, 8 de maio de 2017

312

corra Isabel
a consertar a minha rima torta
pois acabei de perder a palavra certa
e sinto-me tolo
socorro Isabel
pois um verso verde meu
precipita-se desembestado ao encontro teu
e perde-se na esquina da página branca e fria e luminosa
pobre verso anônimo
prostrado no orvalho
"pensaralho"
assim como eu

H. L. C.

da série 'Isabel'



embusteirando

sim
e não
o fim fundo
para além dessa roda-gigante
para além dos pescoços mais compridos
das girafas-de-todo-o-mundo
o que há lá
por detrás
da nuvem
da montanha
que abraça o mar
e deixa o meu coração tão nauseabundo

H. L. C.

da série 'poesia em degrau'

terça-feira, 2 de maio de 2017

dimensão infinita

a rua cinza e fria
eu
e um velho cego que sentado num banco
tocava clarineta
havia uma bailarina em minha cabeça
ou diante de mim

H. L. C.

da série 'a bailarina'

sexta-feira, 31 de março de 2017

torta de café

o amor,
nos inícios do vivido,
é como a folha de papel em branco:
virgem,
sedento de sonhos e de tintas fortes,
escravo da sorte.

H. L. C.

da série 'carbono 14'

quarta-feira, 29 de março de 2017

samba inocente em 132 caracteres

marília
que não viu dirceu
decerto
nem percebeu
marília
que maldade danada
desacerto
o rapaz
de cocada em cocada
nos teus olhos
se perdeu
doeu

H. L. C.

da série 'poesia esquisita'

sexta-feira, 24 de março de 2017

canção em pequeno solfejo

ela
tem um segredo
cultivado
com arreglo
ela
fala com flores
mergulha em cores
ela
dança para mim
quantas há em você
seu nome duplo
seu soluço
seu paralelepípedo quando brava
ela
seu sorriso quando ama
paraleloamamos
em paralelogramos
menina
gente fina
seu cinema
seu fluxograma
ela
tem um segredo
Isabel
tenho medo
de você
por aqui

H. L. C.

da série 'Isabel'

quinta-feira, 23 de março de 2017

sons e silêncios em início de noite

vestiu-se
maquiou-se
e foi à rua
andar na chuva
sob a chuva
que caia
ao som de uma música de Duke Ellington
uma melodia
pelas tantas entrou na padaria
deu "oizinho"
para o cara que lhe sorria
não quis "paozinho"
nem quis vinho
seguiu seu caminho
de volta à rua
sentiu-se feliz
sentia-se sua
docemente chuvosa
estava lânguida
gelada
sentia-se bêbada
amada
sem celular
com muito custo encontrou um raro "orelhão"
a hora era aquela
ligou a cobrar

H. L. C.

da série "poesia esquisita"




domingo, 19 de março de 2017

café sport

a vida alegre
Isabel tem cheiro de fim de tarde fresca
e olhos de pôr do sol longo e derramado

H. L. C.

da série 'Isabel'

passos que "passarinham"

a beleza mora
na casa-aquarela,
lá na vitrola,
de onde sai um Miles Davis
que  se espalha pelas paredes...
a beleza mora na candura dos olhos verdes
da moça tímida.
da moça atrevida.
da moça feliz.
a beleza mora na chuva que cai
sobre os cabelos da moça de giz.
a beleza mora nos passos secretos da moça,
em seus braços abertos.
a moça
que pára as horas do relógio,
que faz troça do tempo.
moça... por que diabos, agora?

H. L. C.

da série "Isabel"




quarta-feira, 15 de março de 2017

num dos teus croquis

Isabel
sentada na rua
tomando açaí
o que há de novo Isabel
tu aonde vais depois de aqui
Isabel de temperamento cri-cri
tua voz tão tua
o que tens Isabel
o sol hoje está que está
e tu vestida de púrpura
adornada pelos cabelos amarelo-cajá
Isabel
tu aonde vais depois de aqui
vais pintar-me num de teus croquis
Isabel te lembrarás de mim
vais escrever-me cartas
falaras de uvas
me darás tuas curvas
chuva Isabel
é chuva
não sei se a vida molhada tem graça
Isabel aonde vais depois de aqui
tens uma gramática
tens desenhado casas com "pés" de nectarina
jardins com teu cheiro de menina
Isabel
lembrarás de mim
e eu me lembrarei de ti
vestida de púrpura
ou de
vestida com teus cabelos amarelo-cajá
nos lembraremos um do outro
e trocaremos discos de jazz

H. L. C.

da série "Isabel"

segunda-feira, 13 de março de 2017

poema acabado

uma mulher
personagem
passageira
eira
beira
ribanceira
fim

H. L. C.

da série "poesia em degrau"




Phytolacca dioica, Spondias purpurea

então...
lulu despencou do telhado,
acordou querendo doce,
melado.
lulu...
atarantada,
correu pelada,
subiu as escadas
e do terraço molhado,
coitada da lulu,
escorregou no solo das ilusões,
virou um "pé" de umbu:
lulu?
matou-se.
casou-se.
tornou-se
agora de um homem só.

H. L. C.

da série "pessoas que imitam pessoas"

quinta-feira, 2 de março de 2017

jockey club

insistente.
corra.
fuja.
finja!
vista um chapéu.
minta contente.
planos?
dias leves,
pés leves,
caras coloridas,
caras descaradas,
carambolas,
marmeladas.
aonde?
no fronte.
no auge.
na ponte.
não conte.
nada de nada.
apenas corra.
e minta.
sinta.
agarre-a.
agarre-a.
e deixe-a.
não lhe rasgue a  cinta.
não outra cinta.
dela, que é linda e magra e tem aquele nariz.

H. L. C.

da série 'Isabel'






segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

de um salto pelo espaço

tua voz ecoa
nua
tua
em assombro
em harmonia
pela casa
pela rua
pela costumeira mesa do restaurante de hábito
de um salto
ou suavemente
tua voz tudo enche
ora deixando-me feliz
ora doente
de nem-sei-que
ainda quando muda
ou ausente
tua voz povoa
minha mente
é semente
desta planta boba
que já cresce em ramas em mim
de nome saudade

H. L. C.

da série 'carbono 14'

pedra e madeira

volto àquele bairro
que guarda o teu cheiro
aquele bairro lindeiro
ao paraíso

H. L. C.

da série 'carbono 14'

cheiro de sorte

chego em madrugada chuvosa
a tempestade derreteu todos os jornais
não há mais notícias
não há mais "ais"
nesta manhã
o que há é o cheiro do café forte
cheiro de sorte
e a voz que diz agora:
olha os churros olha a banana frita
não descuide do capote
pois o frio se agita
lá fora

H. L. C.

da série 'carbono 14'

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Svetlana, os cisnes tentam em vão...

o chá
vermelho na xícara
o estalo
da água na bica
é um insight proustiano
es tu
minha Odette
bailarina
que rasga o ventre da minha memória
vai-te embora
já é hora

H. L. C.

da série 'carbono 14'

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

para muito além de stonehenge

quedê a beleza da flor,
que guardou-se
em torpor,
para este verão?
quedê a aquarela que se fez pintada,
sob a esperança antes desbotada,
no cantinho mais aconchegante
deste quarteirão?
quedê as luzes cintilantes,
emanadas dos olhos brilhantes,
que entraram em meio peito oco,
lá plantando promitente semente
de um coração?
quedê o vento brincante e rouco,
a enlaçar-se com os dardos e as garrafas falantes,
das tantas madrugadas abraçadas,
tão sempre pagas
com humor, com quase-amor,
com uma canção?
lá vai onde?
lá vai longe.
tudo acontecendo agora mesmo,
noutra dimensão...

H. L. C.

da série 'carbono 14'


sem título n. 6

pobre palavra troncha,
esponja
dessa certeza inversa,
cessa-te!

H. L. C.

da série 'últimas poesias'

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

sem título n.3

um poema
desce correndo
a ladeira do jardim apipema
e no cruzamento com a avenida madalena
desaparece

H. L. C.

da série 'últimas poesias'

domingo, 5 de fevereiro de 2017

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

verossimilhança

hoje tenho fome
tenho sede
tenho febre
tenho lebre
tenho lúpus
já não tenho fumus
já não tenho bônus
já não tenho ônus
já não tenho mímica
minha alma tem tísica
já nem mimese sou...

H. L. C.

da série 'últimas poesias'

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

olhos cantarolantes

os olhinhos verdes de Maria Isabel
a iluminar o céu
os olhinhos verdes de Maria Isabel
a pintar-me de giz colorido
nos olhinhos verdes de Maria Isabel
há um mar de cor infindável
de doçura e atrevimento
nos olhinhos verdes de Maria Isabel
moro eu contento

H. L. C.

da série 'Isabel'