[Indispensável poeta,
há uma mulher,
chamada "Vida",
que manifesta imenso apreço por uma de suas sonatas.
podia-se mesmo dizer que,
a dita mulher,
é a encarnação da dita sonata.
ao entardecer,
ou mesmo no amanhecer,
sempre ouvindo sua música,
sempre ouvindo sua música,
com uma taça de vinho
ou uma caneca de café,
a estranha mulher
cala-se
com o olhar perdido,
no longe do mais longe;
seu espírito parece escapar
pelas extremidades dos dedos e dos lábios.
liberta-se por um quarto de hora;
vai a terras e céus distantes;
ao depois, quando retorna,
pergunta-me "o que é a vida?"
e eu, que posso eu dizer a ela,
senhor Beethoven?
silencio, apenas.
nunca fui bom com essas coisas de palavras.
Ass: H. L. C.]
da série 'cartas aos poetas amigos'
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