segunda-feira, 25 de maio de 2015

De quando se lava manjericão

Todos os relógios do mundo,
nauseabundos,
lançam-me no fundo
de uma espera.

Ainda hoje sonhei contigo.
Naquele inusitado abrigo,
os dois sentados na janela,
esquecidos do mundo,
vagabundos,
comíamos figo
e pintávamos aquarelas.
Hoje, te digo:
Todos os relógios do mundo,
verdugos,
prenderam a Cinderela.

H. L. C


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