segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

poesia em degrau

tu,
com teus olhos verdes,
como te chamas?
tu, com teus lábios delicados,
quantos beijos há tanto guardados,
ainda me darás nas manhãs de domingo?
tu,
com teu corpo branco e macio,
com teu cheiro
e com teu feminino ardil
e plena da doçura atrevida de teus seios,
aonde me leva(ria)s
tu, cheia de chamas?
tu, com teus enleios,
com teus travesseiros,
com teus dotes fagueiros,
com teus docinhos,
com teus "bicos",
com teus vinhos,
vinhos de safras raras
que ainda beberemos (?)
tu, com teus olhos verdes
e com esse teu pescoço meio anjo-diabo,
e com tua barriguinha pouco mais que linda...
tu, com o teu "duda",
com tuas dúvidas,
com nossas "grudas"
tu, com tua manteiga desnatada
com tua risada danada
com tua voz embargada
de fazer prazer
tu,
falando
pensando
gesticulando
chorando
amando
tu, com teus livros
teus filmes
teus cheiros
teus pelos
teus caminhos
tuas dores
tu,
com tua pele frutada
com gosto de uísque 12 anos
tu, com a leveza certa de um jazz
tu, sensual como uma canção de Merle Haggard
tu, arisca e confusa
menina e mulher
tu,
aconchegante como as notas líquidas de um piano madrigal de outono,
tu, feito poesia em degrau
a pedir tintas
incompleta
inacabada
ainda em promessa...
tu, o que farás de mim?



H. L. C.

da série "poesia em degrau"

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