sábado, 21 de janeiro de 2012

Millene sob polaroid II


Avenida em madrugda deserta. E ambos indescritivelmente bêbados, cambaleavam e explodiam em ataques de risos. Do fundo, vinha a música de Ella Fitzgerald. E era uma felicidade louca, ora agarravam-se ao hidrante mais próximo ora colavam um corpo no outro num desespero festivo. De repente, ela estancava o riso, ficava séria e berrava (ofendida) que ele a enganava - Não! Não! Como era ele capaz? Tratava-se de Janis Joplin e não, de Ella Fitzgerald!. Criava-se um brevíssimo silêncio e, em seguida, 'risavam-se' novamente, entregando-se a reiterados goles da garrafa de uísque e a afagos mais profundos. Começou a chover: não deram pelota! As ruas pareciam-lhes todas iguais: decidiram-se perdidos! E então, grudados, caminharam, caminharam e encontraram uma praça bastante improvável. Sentaram-se numa fonte. Ela insistia em tentar fazer planos, mas mal conseguia raciocinar. Havia muitas estrelas no céu. Acabou o uísque. Ela lembrou-se que tinha moedas. Fizeram pedidos secretos à fonte. Adormeceram. Cada um ao som do seu jazz preferido,

p/ Millene
Hedre L. Couto.

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